Trabalhadores da construção civil fazem novo protesto no Meireles
Notícia do dia 05/09/2015
Grupo seguiu por ruas e avenidas do bairro em direção à avenida Beira-Mar, onde realizaram assembleia
Redação O POVO Online
Trabalhadores da construção civilvoltaram a protestar, na manhã desta terça-feira, 19, nas ruas do bairro Meireles, em Fortaleza. Durante duas horas, os operários ligados ao Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF) paralisaram suas atividades e bloquearam cruzamentos, marchando em direção à avenida Beira-Mar. No trajeto, cruzamentos da avenida Barão de Studart foram bloqueados pelos manifestantes.
O presidente do STICCRMF,Nestor Bezerra, alega que a paralisação - a 8ª somente este ano - é motivada pela falta de um acordo sobre os pisos salariais e o valor da cesta básica entre o sindicatos dos trabalhadores e o sindicato patronal. "A gente faz (protestos) porque a patronal, desde a negociação, mantém uma proposta de 7,68% para todos os pisos e para a cesta básica e isso é irrisório. Para que se tenha ideia a energia já subiu este ano, a alimentação também. A nossa cesta básica está no valor de R$ 90 e, com o reajuste proposto, ela aumentaria R$ 6,50", afirmou.
O sindicalista também alega que o STICCRMF já reduziu a proposta inicial, mas, segundo ele, as partes ainda não chegaram a um acordo. "Nossa proposta inical da cesta básica era de R$ 150, mas fizemos uma adequação pra R$ 130. Não é o suficiente, mas pensamos em algo que ajudasse na alimentação e no salário dos trabalhadores", disse.
Com relação aos incidentes registrados durante os protestos, Nestor garante a violência não é provocada pelos trabalhadores. "Só há algum incidente quando há provocação em algum canteiro de obra, algum tipo de xingamento ou hostilidade. Quando não há provocação aos trabalhadores, não há problema", explicou.
Sinduscon afirma que proposta do STICCRMF está fora da realidade
Em nota, o Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon) afirmou que as exigências dos trabalhadores, por meio do STICCRMF estão acima dos índices inflacionários e que outras exigências são impossíveis de serem atendidas, diante do cenário recessivo do país, citando estacionamento e vale combustível, como algumas das melhorias exigidas pelos trabalhadores.
Ainda segundo a nota, o aumento de 7,68% que foi ofertado, garantiria a reposição salarial por perdas inflacionárias da categoria. Com isso, o piso salarial do servente de pedreiro, por exemplo, ficaria no valor de R$ 817,50 e o do mestre de obras subiria para R$ 2.159.
Com relação à violência nos protestos, o Sinduscon afirma que os prejuízos gerados pelos atos de vandalismo já giram em torno de R$ 200 mil e que uma reunião entre o sindicato patronal e o secretário de Segurança Pública do estado, Delci teixeira, está marcada para a manhã desta quarta-feira, 20, para discutir sobre a violência registrada durante estes protestos.
Uma nova tentativa de entendimento entre os dois sindicatos acontecerá na manhã da próxima sexta-feira, 22, na sede da Delegacia regional do Trabalho, no Centro da Cidade.